He is back! Tufi Duek volta à moda após hiato de cinco anos

Exatamente cinco anos depois de ter vendido seu nome e suas três marcas para o grupo têxtil AMC, Tufi Duek – o empresário que soube como ninguém na história da moda brasileira conjugar criação e comércio – está de volta ao mundo dos ateliês, showrooms e, talvez, ao das passarelas. É o acontecimento do ano, ainda que estejamos apenas em fevereiro. Sem alarde, quase na moita, ele preparou esse retorno ao longo de todo o ano de 2013 para que, findo o prazo de seu acordo de non-competecom o grupo AMC, período em que estava proibido de exercer qualquer atividade ligada à moda, tudo estivesse pronto para a grande rentrée. Pelo tal contrato, ainda que tenha vendido seu nome e as três grifes que criou ao longo de 33 anos (Tufi Duek, Triton e Forum) ao grupo catarinense que também é dono da Colcci e da Coca-Cola Clothing, o empresário pode, a partir de agora, começar uma nova marca do zero ou desenhar coleções – de roupa, móveis, do que quiser – para grifes de outras pessoas, assinando com seu próprio nome.

Ele poderia ter feito o que quisesse em sua volta – ou não ter feito nada. Aos 58 anos, com a vida ganha graças à bolada que embolsou com a venda de seu pequeno império (o mercado estima que ele tenha recebido R$ 250 milhões mais royalties sobre o faturamento das três marcas),Tufi não precisa mais trabalhar. Poderia passar o tempo curtindo os filhos mais novos, Ava e Ezra, de 3 e 2 anos, do casamento com a empresária Natalie Klein, 21 anos mais nova e proprietária da NK Store, mais importante multimarcas do País hoje, ela também expert em aliar moda e vendas. Ficou tentado a se aposentar, admite, mas ponderou bastante e achou que ainda não era hora de pendurar as chuteiras.

Desde o início do ano passado, com a iminência do fim do acordo de non-compete, Tufi vinha sendo abordado por vários interessados em parcerias e em usar seu nome, carisma e talento. Sabe-se que a C&A foi uma das primeiras a convidá-lo, que ele quase fechou negócio, mas o acordo desandou na hora H. Tufi admite que chegou perto de assinar mesmo uma linha para a gigante do varejo, deixa escapar que a C&A não foi a única a procurá-lo, mas diz que preferiu seguir outra direção em sua caminhada de volta à moda. Na surdina, sem despertar a atenção da mídia, ele preparou uma coleção de 80 peças que já foi vendida,também quase em segredo, para 35 multimarcas espalhadas por todo o Brasil, apenas uma por cidade para garantir exclusividade. São peças elegantes, a maioria vestidos, longos e curtos, feitas com tecidos premium e para serem usadas à noite, todas com o DNA sexy que pautou seu trabalho na Forum dos anos 90 e, mais tarde, na Tufi Duek.

Depois de receber o convite da C&A,o empresário se deu conta de que o parceiro perfeito para ensaiar seu comeback estava bem debaixo de seu nariz: a filha Carina Duek, 34 anos, estilista como ele, proprietária da marca que leva seu nome, a única queTufi não vendeu ao grupo AMC (“Não poderia, é o nome dela”). O raciocínio era simples: se grandes grupos varejistas estavam interessados em usar seu prestígio e talento para vender mais roupas, por que não emprestar esse combo para a grife da própria filha? “Poderia também criar uma marca do zero com um nome qualquer. Mas você sabe quanto tempo demora e o trabalho que dá para achar a equipe de modelistas e assistentes certos,montar uma estrutura de produção, criar uma imagem, trabalhar pontos de venda? Já estou com 58 anos, não daria tempo.”
Unir-se a Carina parece de fato ser a escolha mais acertada. O nome que deu a sua linha para a filha, mais que fruto de inspiração, foi motivo de infindáveis horas reunido com seus advogados, para ter certeza de que não feria o estabelecido no contrato com o AMC. Nascia assim a Carina Duek por Tufi Duek – o nome é complicado, longo e não exatamente feito para cair na boca do povo, mas a linha não foi mesmo pensada para agradar grandes multidões: “O trabalho de marketing vai ser personalizado, é uma moda de ocasião, vou trabalhar direto com a cliente das multimarcas, fazer visitas, saber o que elas querem vestir. Como vão chamar a linha não me interessa tanto. O importante é que gostem das roupas, que se sintam poderosas e sensuais usando meus vestidos.” (DANIELA FALCÃO)

Texto original em vogue.com.br

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